ACAPO - Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal
Se retirarmos as condições de um som e tentarmos transformar o que ouvimos através da imaginação, será que conseguimos criar sons para imagens? É um pouco o exercício inverso àquele que havíamos feito inicialmente: de criar uma imagem para um som. Na segunda sessão na ACAPO utilizamos o som ao serviço de uma imagem mental, utilizando objetos do quotidiano e o próprio corpo para criar novos sons (como por exemplo o som da chuva).
Foi importante também perceber de que forma a primeira sessão teve impacto em cada um, pela forma como começaram a caminhar e a escutar desde então.
Ao mesmo tempo, a possibilidade de escutar uma ambiência natural num espaço mais seguro (local fechado), permitiu também a cada um conetar-se com a natureza e com aquilo que ela poderá ter para nos dizer.
A composição e improvisação artística teve por base o respeito e a harmonização humana, sendo que foi possível, entre todos os sons, rever o barulho das varas a bater no chão, como se todos caminhássemos novamente até ao jardim. Sob a gravação da primeira atividade, surgiu uma grande cidade medieval, com carpinteiros, a melodia de um saxofone (como quadro das emoções vivas de quem mergulha nesta viagem pela primeirva vez), pássaros, gotas de chuva, vento, sinos ao longe e um grupo de pessoas que vendem e compram produtos no mercado.
Fantástico, como quando fechamos os olhos e nos entregamos aos outros sentidos, muitas vezes conseguimos construir autênticos labirintos criativos!
- A atividade foi desenvolvida no decorrer do «Mão em Mão», no âmbito do Azores 2027, em parceria com a CRESAÇOR - Cooperativa Regional de Economia Solidária, CRL.