Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande

     Umas semanas após o trilho do Salto do Cabrito, continuamos a nossa atividade com a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, na junta de freguesia da Ribeira Seca. 

   Que bela viagem conseguimos fazer através da exploração de instrumentos que são intuitivos e que permitem a cada um poder exprimir-se de uma forma tão pessoal! Contudo, a audição da gravação permitiu-nos perceber que apenas ouvíamos individualmente cada som, trazendo isto alguma confusão "como se estivéssemos num centro comercial com muita coisa a acontecer e de repente saíssemos para a natureza". Havia tanto a dizer, mas com todo o frenesim a comunicação tornou-se difícil e redutora, sendo que apenas um elemento se manteve fiel do princípio ao fim da improvisação, com o mesmo instrumento, o mesmo ritmo e a mesma intensão. 

     Individualmente, cumpriu o propósito. Cada um conseguiu achar para si aquilo que ia ao encontro dos seus interesses... Mas, se toda a sociedade funcionar assim, será que estamos no caminho certo?

     Foi um bom ponto de partida para pensar, num futuro, de que forma podemos contribuir para a construção de uma habitat sonoro comunitário e respeitador - como uma árvore, um pássaro, uma ribeira, ou o vento - de forma a fazer jus à paisagem sonora que construímos em cada passeio, para que ele se possa tornar cada vez mais parte de nós e nós, cada vez mais parte de um todo natural, orgânico e em harmonia.

- A atividade foi desenvolvida no decorrer do «Mão em Mão», no âmbito do Azores 2027, em parceria com a CRESAÇOR - Cooperativa Regional de Economia Solidária, CRL.