Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande

26-10-2021

  'O que é que eu quero encontrar?' - perguntava-me eu inúmeras vezes enquanto caminhávamos. 'Já fiz esse trilho algumas vezes, será que é importante que encontre algo diferente? Porquê essa busca incessante pelo diferente?'

      'Mas o mundo não é todo igual?' perguntou uma das senhoras do grupo que acompanhávamos. Há uma certa oposição do silêncio, que acaba por não ser silêncio nenhum: a paz contra o terror e o medo, a expectativa de encontrar algo, quando, por vezes, não há nada para encontrar. 

      "Ensinam-nos sempre a desenhar as árvores assim", mas a verdade é que a Natureza nos ensina, as vezes que forem necessárias, que não há duas árvores iguais e que nem todas as árvores precisam da mesma quantidade de luz para sobreviver... Será que aceitamos aquilo que a natureza nos dá, ou estamos constantemente procurando aquilo que nós idealizamos que deveria existir ou acontecer?

      Ao chegar ao final, a Natureza libertava o seu fumo como se limpasse e clarificasse alguns pensamentos. Cada um, na sua individualidade respirava, procurava respirar, aceitar, acalmar, rever o percurso, rever-se. Era tempo de uma exploração individual, partilha em grupo, sem restrições e sem julgamento.

      O fumo misturava-se, por fim, com as nuvens que levavam tudo embora, deixando para trás as ideias do trabalho a construir, de braço dado com uma consciência mais fortalecida de si e do mundo ao redor. 

- a atividade foi desenvolvida no decorrer do «Mão em Mão», no âmbito do Azores 2027, em parceria com a CRESAÇOR - Cooperativa Regional de Economia Solidária, CRL.

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